obituário

Morreu a dona de casa Doralina de Oliveira Sfredo

Fotos: Arquivo Pessoal


Uma mãe rígida, justa, honesta e solidária. Assim, Doralina de Oliveira Sfredo, 97 anos, será lembrada pelos filhos. A dona de casa cuidava de todas as tarefas diárias e colocava a família sempre em primeiro lugar. Ela não media esforços para ver todos bem e felizes. Casada por mais de 60 anos com Luiz Sfredo, falecido há 10 anos, Doralina teve cinco filhos: Teresinha, 73, Elcio, 70, Nelson Luiz, 67, Nilson, 66, e Maria Inês Sfredo, 59. 

A caçula nunca deixou a casa de Doralina e Sfredo e abdicou de trabalhar fora quando o pai sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

- Eu cuidei dele por muito tempo, revezando com a mãe. Quando ele faleceu, a mãe já estava em idade avançada, e eu assumi os cuidados da casa e dela. Ela não era de demonstrar abertamente o carinho que sentia por nós, mas estava sempre junto dos filhos - recorda Inês.

Por toda a vida, Doralina teve bons hábitos de alimentação e sempre cultivou hortas nos lugares em que morou.

Nascida em Encruzilhada do Sul, ainda jovem, foi para Cachoeira do Sul para ajudar uma madrinha com a pensão da família. Foi lá que conheceu o grande amor da vida dela e onde arrendou terras para começar a construir uma vida ao lado do companheiro.

Muito batalhadora, Doralina acordava cedo todas as manhãs para tirar o leite do gado e começar a lida do campo para ajudar o marido. Os filhos mais velhos foram criados no campo, com muita dificuldade. Mas Sfredo recebeu uma boa oportunidade de trabalho em Santa Maria e se mudou com Doralina e as crianças para o Bairro Chácara das Flores.

No Coração do Rio Grande, Sfredo trabalhava com a construção civil, e Doralina passou a conduzir a carroça da família com produtos para vender na feira da cidade. Por alguns anos, a família continuou arrendando terras para plantar até conseguir um terreno para fazer a casa própria, no Bairro São José.

- O sonho da minha mãe era ter a casa dela. A vida toda, ela morou em chácaras arrendadas e, quando realizamos o projeto da casa, ela ficou imensamente feliz. Eu os ajudei a assentar cada um dos tijolos - emociona-se o filho Nelson Luiz de Oliveira Sfredo.

Apaixonada pela lida do campo, Doralina plantava hortaliças, verduras, legumes e flores em casa. Suas preferidas eram as rosas e as dálias. Ela adorava o cheiro e as cores das plantas. Mas o amor pelas verduras se restringia ao trabalho com a terra - a idosa não era nada chegada em comer salada.

- Ela comia espinafre quando eu colocava na massa da panqueca. Ela até brincava dizendo que estava comendo folhas verdes - lembra Inês.

Ainda conforme Inês, a mãe era muito tranquila e da paz, não gostava de brigar com ninguém e, quando seus filhos tinham algum tipo de conflito com a criançada da vizinhança, ela se sentava para conversar com eles e orientá-los. Esse também era o método utilizada por ela para ajudar a educar 11 netos. Doralina também tinha 15 bisnetos e duas trinetas, que não chegou a conhecer, já que uma mora em São Leopoldo, e a outra nascerá em breve.

Outra paixão da idosa eram as festas da igreja católica e as excursões que fazia para a cidade uruguaia de Rivera e para as praias de Santa Catarina.

Doralina estava internada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) quando morreu, em 11 de fevereiro, em razão de falência múltipla dos órgãos. A idosa foi sepultada no dia seguinte, no Cemitério São José, em Santa Maria.

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As informações sobre falecimentos podem ser enviadas para natalia.zuliani@diariosm.com.br ou pelo telefone (55) 3213-7122

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